Eloísio Ermelino da Silva, que foi coordenador nacional do MNCR – Movimento Nacional dos Catadores de Recicláveis e hoje ocupa o cardo de coordenador nacional do UNPR – União Nacional da População de Rua – vem do Acre à Brasília para conceder entrevista à coordenadora nacional das COOPERINER’s, Sandra Araujo.
Sorriso fala sobre sua história e experiência vivida como morador de rua e como catador de recicláveis e sua impressionante autoestima, que certamente deu origem a seu pseudônimo de SORRISO.
Conforme esclarecido por Sorriso é muito comum entre eles se conhecerem por apelidos, e embora hoje ele seja uma figura conhecida no Brasil inteiro, dado a sua liderança junto ao movimento, muitos até hoje nem sabem o seu nome, visto que tornou-se nacionalmente conhecido como Sorriso.
Sorriso sempre se considerou um ser humano feliz por mais dificuldades que tenha passado, sempre manteve e mantém até hoje o sorriso nos lábios, o que passou a ser sua referência.
Foram várias as histórias vivenciadas por Sorriso e dentre elas destacou-se a de seu fiel companheiro de movimento, o “Saci”, que durante muito tempo desbravaram juntos grandes obstáculos em prol da defesa dos moradores de rua e dos catadores, porém, com o passar o tempo, diz Sorriso, “Saci” se “desconfigurou”, empolgando-se com o poder que lhe foi dado por aqueles que se sentiam representados, passando assim a pensar só em si e esquecendo-se dos compromissos assumidos, gerando assim o que ele, Sorriso, chamou de “falta de transparência”.
Para muitos, a evolução dos catadores e também os conhecimentos de cidadania não interessam, pois, a falta desses conhecimentos lhes torna presas fáceis para quem “vive de manipulação política”.
Segundo Sorriso, a oportunidade que as COOPERINER’s estão trazendo para os catadores e também moradores de rua é um verdadeiro sonho para aqueles que realmente gostariam de ter uma nova oportunidade na vida e, sem querer ofender ninguém, aos que não aceitarem e preferirem ficar escondidos atrás de uma árvore e vivendo de bolsas políticas e ajudas de terceiros, tudo o que podemos fazer é lamentar.
“O ser humano é muito complicado, e quem viveu nas ruas como eu pode afirmar que grande parte dos catadores e moradores de rua não querem mesmo evoluir, e por esse motivo desmotivam qualquer um que queira. Minha mensagem para todos eles é: ‘Afastem-se daqueles que querem lhes perpetuar nas atividades que hoje exercem e abram a mente para as novas oportunidades’”.
Brasília – União Nacional da População de Rua
Eloísio Ermelino da silva
Fonte: Site Cooperiner Portal Federal.
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